No último post “IPO da Caixa: sem noção da realidade”, comentei que, em um momento no qual ocorrem graves problemas de governança corporativa na Petrobras e na Eletrobras, o anuncio da abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Econômica Federal feito pela presidente Dilma Rousseff era fora de propósito. Antes dessa medida, os limites de atuação das estatais precisam ser discutidos. Elas devem visar o interesse público à custa do caixa dessas empresas com prejuízo para os acionistas minoritários? Esses devem pagar por benefícios destinados a toda a coletividade? A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o STF (Supremo Tribunal Federal) devem se debruçar sobre o tema nos próximos meses. Além dos argumentos utilizados no artigo anterior, excelente reportagem de Fernando Torres do Valor Econômico mostra outro argumento contrário ao IPO: a fragilidade do lucro da Caixa Econômica Federal.
Posts do autor Rocha Andre
IPO da Caixa: sem noção da realidade
Às vésperas do Natal, o jornal Valor publicou a reportagem “Governo pretende levantar até R$ 20 bi com venda de fatia da Caixa”. Para obter um valor justo por suas ações, a Caixa Econômica Federal, além de apresentar resultados operacionais consistentes, deve adotar um sistema de governança corporativa robusto. Contudo, graves questões de gestão das estatais e de conflitos de interesse entre a União e a Eletrobras, bem como a Petrobras, pululam no noticiário. O mercado de capitais é uma eficaz fonte de financiamento, mas exige normas que defendam os interesses da companhia e de todos os seus acionistas. O mercado acionário não pode ser visto apenas como uma alternativa para o governo atender suas metas fiscais. O debate sobre os limites da atuação das estatais de capital aberto é atual, pois vem sendo discuitda tanto na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) como até mesmo no STF (Supremo Tribunal Federal). Sem atacar essas questões, a abertura de capital de mais uma estatal é inoportuno.
Cemig: nova administração, menores dividendos? – Parte II
Segundo fontes, a nova administração da Cemig que irá assumir a partir de início de janeiro poderia reduzir os dividendos pagos pela companhia. No post de 1º de dezembro, analisei se uma possível alteração na política de dividendos afetaria o preço da ação. Nesse segundo artigo, comento sobre quais as consequências sobre os direitos dos minoritários caso haja redução do dividendo obrigatório.
Os dividendos da Eletrobras
Nas últimas semanas, os maus resultados operacionais da Eletrobras sinalizaram para uma possível redução dos seus proventos, mesmo com os dividendos mínimos das ações preferenciais. O fato indica o cuidado que o investidor deve ter quando investe de olho apenas nos dividendos, bem como quando aplica em ações de estatais.
Cemig: nova administração, menores dividendos? – Parte I
Segundo matéria publicada no Valor Econômico em 24 de novembro, fontes do futuro governo petista em Minas Gerais avaliam a possibilidade de reduzir a parcela dos lucros destinada aos dividendos (o “pay-out”). Essa alteração da política de dividendos teria reflexos sobre o preço da ação? Quais seriam as consequências para os acionistas caso a nova administração decidisse pagar dividendos inferiores ao dividendo obrigatório de 50% do lucro?