Em momentos turbulentos, os consultores indicam ações de companhias defensivas para compor a carteira de seus clientes. A maioria dos gestores também prefere adotar essa estratégia quando as incertezas se avolumam. Mas o que são ações defensivas? Esse conceito permanece válido em uma economia dinâmica como a atual?
Petrobras: suas ações continuarão subindo?
Um dos melhores investimentos nos últimos 12meses foi investir nas ações da Petrobras. Os papéis sem direto a voto tiveram apreciação de 115,5% no período. O presidente escolhido, Pedro Parente, com carreira bem-sucedida no setor privado trouxe de volta um discurso comprometido com a razoabilidade econômica. Nada muito sofisticado: apenas relembrou que despesas e investimentos têm que caber no orçamento. Essa máxima havia sido ignorada pelo governo anterior guiado por um voluntarismo pueril e por objetivos menos nobres. A alteração da postura da administração foi fundamental para a sobrevivência da companhia que caminhava para um cenário de inviabilidade econômica. O desempenho da ação demonstra que os investidores reconheceram essa mudança. Mas o realizado até agora é suficiente para uma valorização sustentada das ações? As ações ficaram caras após o “rally”?
Bancos brasileiros: por que suas ações são depreciadas?
As ações dos dois maiores bancos privados – Itaú Unibanco e Bradesco – negociam com desconto para os demais bancos latino-americanos apesar de apresentarem excelente rentabilidade. O blog já buscou explicações para essa distorção em artigo anterior. Recentemente, participei da 18ª Conferência Anual da empresa de avaliação de risco Moody’s. A apresentação feita na ocasião sobre os bancos locais pode trazer uma luz sobre o tema.
Holdings, mas com desempenhos distintos
Em 2014, fiz um post sobre as ações de “holdings” negociadas em bolsa. Recentemente, um leitor, recorrendo a esse artigo, me pediu para comparar duas dessas empresas negociadas na bolsa brasileira: Ultrapar (UGPA3) e Cosan (CSAN3).
O aliado virou algoz dos investidores
Em abril último, escrevi um artigo de alguma repercussão sobre o desempenho dos fundos de ações. Reportagens publicadas ilustravam que nos últimos anos esses fundos, em média, foram capazes de superar os índices da bolsa: Ibovespa, IBrX50 e outros.
A concentração dos indicadores em poucos papéis era, no meu entender, a principal razão da rentabilidade adicional obtida por nossos fundos. O Ibovespa, nosso principal índice acionário, é composto substancialmente de ações de estatais (Petrobras, Banco do Brasil, Eletrobras, Copel e Cemig), empresas de commodities e financeiras.
Mas não fui taxativo. No fim do artigo, deixava essa argumentação em suspenso ao fazer uma provocação: o gestor médio brasileiro obtinha esse bom desempenho em decorrência da qualidade de suas análises ou era realmente da má composição dos índices.
Já transcorridos oito meses, a rentabilidade de nossos fundos em 2016 traz nova luz sobre a questão?