Imagine que você fez uma viagem ao exterior e se deparou com produtos de alta qualidade e, melhor, baratos. Mas a grana estava curta e você não pode aproveitar a oportunidade. Tempos depois, você retorna ao mesmo lugar e, dessa vez, prevenido, leva dinheiro para ir às compras. Contudo, para sua decepção, os mesmos produtos que antes eram barganhas estão bem mais caros. Essa metáfora serve para exemplificar a situação do gestor de fundos, por exemplo. Nas crises, quando ativos de qualidade como ações, títulos públicos e privados se encontram depreciados, o gestor não recebe dinheiro novo dos clientes para adquirir as pechinchas. Pelo contrário, os investidores resgatam seus recursos, fazendo com que o gestor siga a manada vendendo os ativos baratos que fazem parte do fundo. Por outro lado, em momentos de calmaria, os ativos estão bem precificados e, em muitos casos, acima dos seus valores justos. É nessa hora que os gestores são agraciados com novos recursos sendo aportados no fundo. Esse administrador de carteira, embora reticente, vai às compras, contribuindo para tornar os ativos ainda mais caros. Por que é tão difícil fazer o certo: comprar na baixa e vender na alta?
Posts do autor Rocha Andre
O lucro, o Ebitda, o patrimônio e seus múltiplos
Os múltiplos são uma das métricas mais usadas na avaliação de ações pela análise fundamentalista. Dentre os múltiplos, os relacionado ao lucro (o P/L – preço da ação dividido pelo lucro por ação), ao Ebitda (o FV/Ebitda – valor da firma dividido pelo Ebitda) e ao patrimônio líquido (o P/VPA – cotação dividida pelo valor patrimonial por ação) são os mais comuns. Quais as vantagens e as desvantagens desses indicadores? Quando eles devem ser utilizados? Qual o mais importante?
Não é apenas matemática: por que algumas ações são mais charmosas do que outras?
Alguns analistas e gestores creem que a avaliação de uma empresa é apenas uma questão matemática, talvez fruto da formação acadêmica em ciências exatas. Contudo, há muito percebo que a realidade não é tão precisa. A análise de uma ação mescla números e psicologia. Não por outra razão, as finanças comportamentais e a psicologia econômica ganham cada vez mais destaque. Prova é o Nobel de economia dado ao psicólogo Daniel Kahneman. No 7º Congresso Value Investing Brasil, ocorrido na última quinta feira em São Paulo, Cassiano Leme da Constância Investimentos fez uma interessante apresentação sobre como as ações do Banco ABC Brasil (ABCB4) e as da empresa de shopping Sonae Sierra (SSBR3) negociam com desconto substancial para papéis de algumas empresas como a de varejo eletrônico B2W (BTOW3), a ALL Logística (ALLL3), a varejista Lojas Renner (LREN3) e a de cosméticos Natura (NATU3), apesar de todas terem apresentado crescimento anual de dois dígitos da receita nos últimos seis anos. Por que isso ocorre?
Uma bate papo sobre o mercado acionário
Estive no dia 20 de maio na Rico Corretora para um bate papo sobre o mercado acionário com o estrategista da Rico, Andre Moraes. Os assuntos foram os mais variados:
As ações preferidas dos gestores de valor
Foi realizado na última quinta feira, o 7º Congresso Value Investing, evento que reuniu gestores de ações com enfoque na análise fundamentalista. Em dois painéis, os gestores indicaram as ações que eles acreditam ter maior expectativa de retorno no médio prazo. Um dos gestores fez recomendações que fogem do senso comum dos últimos anos.