Mudanças estruturais da economia brasileira nos últimos 20 anos levaram alguns brasileiros (ainda poucos é verdade) a se preocuparem com a criação de uma poupança ao longo da vida útil para suportar os gastos na aposentadoria. A estabilidade monetária permitiu que as pessoas passassem a programar seus orçamentos, tarefa impossível no período inflacionário. A redução de empregos em estatais ou antigas estatais com seus robustos fundos de pensão também contribuíram para o tema aposentadoria virar destaque. Mas o assunto ainda é um mistério para muitas pessoas. A obtenção de uma renda futura para cobrir os gastos para quando ficarmos inativos depende apenas de quatro variáveis: (i) a contribuição periódica, (ii) o tempo de contribuição, (iii) os juros reais e (iv) o tempo de usufruto da poupança ou, sendo mais explícito, o período entre o início da aposentadoria e a morte. As duas primeiras são decisão do investidor, a terceira depende das condições macroeconômicas e a quarta, bem essa, embora possamos ajudar para aumentar a longevidade, está nas mãos divinas. Entender essas variáveis é fundamental para um bom planejamento financeiro. Ao fim do texto, mostro qual é a contribuição mensal necessária para se obter uma renda complementar de R$ 5 mil entre os 60 e os 85 anos?
Posts do autor Rocha Andre
Recomendações da Previ valem para os investidores comuns
A Previ é a entidade responsável pelo pagamento de aposentados e pensionistas do Banco do Brasil. Possui patrimônio de R$ 165,5 bilhões, dos quais 60% investidos em renda variável. O fundo de pensão é um dos principais investidores do mercado acionário brasileiro possuindo participações em diversas empresas de diferentes setores: a mineradora Vale, as elétricas CPFL e Neoenergia, a de logística ALL, a telefônica Oi e muitas outras. Em reportagem do Valor Econômico, Marco Geovanne, diretor de participações, fez observações interessantes que podem contribuir para a montagem de uma carteira de ações equilibrada. Temas como a qualidade da administração, as mudanças no setor elétrico que alteraram sua tese de investimento e a política de dividendos, a visão de curto prazo do mercado e a remuneração dos executivos também devem ser consideradas pelo investidor comum.
Oi e TIM: a ordem dos fatores altera o produto
Na escola, aprendemos logo no ensino fundamental que em operações de multiplicação existe a propriedade da comutatividade. Assim, tanto faz se multiplicamos 3 por 6 ou 6 por 3. O resultado da operação chamado de produto sempre será 18. Ao longo dessa semana, recordei dessa lição ao ler uma reportagem do Valor Econômico sobre uma possível operação societária entre duas empresas de telecomunicações: TIM (TIMP3) e Oi (OIBR4). Dois cenários foram desenhados. Embora o resultado das atividades da empresa resultante seja o mesmo nas duas hipóteses, as consequências para o acionista minoritário da TIM serão bem diferentes.
As razões para a melhora do múltiplo P/L do Ibovespa
Com a reação dos candidatos de oposição nas pesquisas eleitorais, o Ibovespa apresentou forte reação. Como os analistas de mercado não revisaram suas estimativas de lucro para 2015, o múltiplo P/L (preço por lucro de 2015) se elevou nos últimos seis meses. O que isso significa? Como explicar a expansão desse múltiplo?
Alta da bolsa foi exagerada após pesquisas favoráveis à Marina Silva?
Após atingir a mínima de 44.965 pontos em 14 de março, o Ibovespa engatou uma alta forte que se acelerou com as pesquisas eleitorais favoráveis à oposição. Contudo, depois de alcançar 61.895 em 2 de setembro, o índice recuou batendo 56.927 pontos na ultima sexta, 12 de setembro. A bolsa está cara?