Que o lucro é uma das variáveis mais importantes da análise fundamentalista quase ninguém duvida. Mas ao invés de observar apenas a evolução do lucro total, o investidor deve se preocupar também com o lucro por ação. Há situações nas quais o lucro por ação consegue se elevar em uma proporção superior ao incremento do lucro total.
Investir na bolsa é como andar de bicicleta
Você já viu um adulto que não sabe andar de bicicleta? Sem jeito, com medo de se machucar, desconfiado. A relação dele com a bicicleta lembra muito a do brasileiro médio com o mercado acionário. Investir na bolsa exige prática, conhecimento e alguma habilidade. Quanto mais cedo se entende o mundo da renda variável, melhor, tal como ocorre com a bicicleta. O brasileiro, porém, sempre preferiu a ‘bike’ com rodinhas representadas pela liquidez diária e pelos juros elevados das aplicações conservadoras. Mas esse conforto acabou. É hora de aprender a pedalar como adulto. A boa notícia é que o momento nunca esteve tão propício para se começar a entender este novo universo.
A cegueira da visão de curto prazo – o caso Totvs
A empresa de software Totvs divulgou os resultados referentes ao 4º trimestre de 2012 na terça-feira, dia 29/01. Os investidores não gostaram do resultado. Consequência: o preço da ação – TOTS3 – caiu 4,92% no dia seguinte ao anúncio do resultado, mas rapidamente apresentou forte recuperação no pregão do dia 31, subindo 4,53%. Mais um dos inúmeros exemplos de decisões equivocadas tomadas com base nos resultados trimestrais.
A importância do lucro na análise fundamentalista
O lucro é utilizado em algumas métricas da análise fundamentalista como, por exemplo, no cálculo do múltiplo P/L ou para se medir o retorno sobre o patrimônio líquido. Cuidado, pois o lucro apresentado pela companhia pode apresentar algumas armadilhas, não refletindo nem o resultado correto atual e nem as perspectivas futuras. Além disso, qual lucro deve ser observado: o lucro total ou o lucro por ação?
As velhas atuais lições de Philip Fisher
O livro “Common stocks and uncommon profits and other writings” (“Ações comuns, lucros extraordinários”, na tradução da edição brasileira) foi lançado em 1958, mas os ensinamentos do americano Philip Fisher são ainda seguidos pelos investidores, inclusive por gestores brasileiros.