A ajuda da análise gráfica à análise fundamentalista

Em regra, o analista fundamentalista não acredita na análise gráfica e vice versa. Mas, deixando o radicalismo de lado, a análise gráfica pode contribuir para um melhor desempenho da análise baseada nos fundamentos das companhias.

Grêmio e Internacional, Atlético e Cruzeiro, Vasco e Flamengo, Corinthians e Palmeiras. A rivalidade entre analistas fundamentalistas e gráficos se assemelha à existente nos grandes clássicos regionais.

Quem acompanha o blog sabe da minha formação fundamentalista. Mas, dando uma trégua ao radicalismo, a análise gráfica pode contribuir para selecionar o melhor momento da aquisição da ação e para servir como contraponto à análise fundamentalista. Explico melhor.

A análise técnica ou gráfica leva em conta o comportamento passado do preço da ação e o volume financeiro negociado para a escolha da melhor opção de investimneto. Já a análise fundamentalista se baseia em dados macroeconômicos como inflação, juros e câmbio e microeconômicos como resultado operacional, margem líquida, retorno sobre patrimônio, barreiras à entrada e governança corporativa das empresas, por exemplo.

Suponhamos que após estudo dos demonstrativos contábeis, conversa com a administração, fornecedores e clientes de uma determinada empresa, você conclua que suas ações se encontram baratas. Contudo antes de efetuar a compra, dá uma olhada no gráfico e percebe que o preço vem apresentando forte queda na última semana e negociando com volume financeiro maior do que a média dos últimos 20 dias.

Minha recomendação: primeiro, é preciso entender porque o mercado está tão pessimista com a ação. Será que os outros investidores estão vendo algo que passou despercebido em sua análise? Cheque novamente todos os pontos da sua decisão de investimento. Caso após essa etapa, você tenha continuado convencido de que o mercado está com uma visão errônea, mesmo assim, espere um pouco antes de comprar. A pressão vendedora pode persistir nos próximos dias. O fluxo financeiro contrário sugere cautela. Não é por causa disso que você deixou de ser um investidor fundamentalista. Sua decisão foi suportada em fundamentos. Você apenas usou o bom senso e não foi dominado por pragmatismos estéreis.

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7 Comentários

  1. Perfeito André!!!
    O sardinha adora se achar mais esperto que o Mercado: “Caiu? Tá barato demais, vou comprar!”
    Não é por aí, as vezes mesmo uma compra convicta sob o aspecto fundamentalista será menos arriscada e mais lucrativa com a análise do “momentum” gráfico da ação. Você poderá ou comprar mais ações (esperando para comprar em um suporte de valor mais baixo), ou ainda, entrar em uma ação no início da tendência de alta.

  2. André,

    Acredito também que são duas boas ferramentas, que se complementam, para realizar uma boa

    compra. Um bom preço para uma boa ação.

    Aproveito para agradecer a atenção e os comentários ao vídeo.

  3. Adiciono mais um ponto que é só reparar: não são poucas as situações que os gráficos mostram as ações caindo, “perdendo suporte”, ficando ruim frente a diversos indicadores técnicos e de uma hora pra outra aparece aquele notícia ruim sobre a empresa, que o pesquisador-fundamentalista-pessoa-física nunca teria tido acesso. Era provavelmente o movimento dos que tinham acesso a notícia que já se desfaziam do papel. Nisso, também, a AT ajuda. Esse movimento que mencionei fica mais claro ainda perto de divulgação de balanços.

  4. Sempre gostei dos artigos do André no Valor. E este é mais uma comprovação, unir as duas maneiras de se olhar para uma empresa maximiza o valor do investimento. Todos devemos lembrar que com a análise fundamentalista, descobrimos O QUE comprar, e após isso a análise gráfica nos suporta mostrando QUANDO comprar determinada ação.

  5. Análise grafista é a coisa mais ridícula que existe! Nunca ouvi falar de ninguém que tenha consistentemente ganho algo com isso. É tomar decisões baseadas na pior informação a respeito de uma ação: seu preço.

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