Minha proposta para educação e investimento em ações

Após dois anos do blog “O Estrategista” no Valor Econômico, cheguei a algumas conclusões sobre o perfil do investidor em ações, suas necessidades e como supri-las. Veja se você concorda comigo.

Trabalho com o mercado acionário desde o longínquo 1996. Minha atuação sempre foi voltada para o cliente institucional – gestoras, fundos de pensão, hedge funds. Primeiro em gestoras de recursos e, posteriormente, em corretoras. Essa experiência foi rica, pois tive a oportunidade de estar dos dois lados do balcão: como investidor institucional e, em uma segunda fase, como provedor de serviços a esse mesmotipo de  cliente.

Meu primeiro contato direto com o investidor pessoa física foi em agosto de 2011 quando o blog O Estrategista foi lançado. Percebi ao longo desse tempo três diferentes tipos de leitores: (i) investidores que já possuem algum conhecimento, (ii)  jovens interessados em trabalhar no mercado acionário e (iii) investidores que nunca (ou raramente) investiram em ações, mas com interesse de aprender. Com base nesses perfis, montei alguns produtos para atender a estas demandas:

1)    Curso para investidores com conhecimento e jovens interessados em trabalhar no mercado acionário:

Preparei o “Curso de Formação de Analista de Ações” a ser ministrado em novembro em São Paulo. É um curso de 16 horas que pretende contemplar diversos tópicos referentes à análise fundamentalista como a metodologia do fluxo de caixa descontado, análise por múltiplos, contabilidade, a estratégia “value investing”, dividendos, a diferenciação das classes de ações, aspectos societários que impactam o preço da ação, finanças comportamentais, arbitragens, etc.

A ideia é passar ao participante minha vivência na análise e gestão e não apenas despejar conceitos acadêmicos. Falar da teoria e sua aplicabilidade e não de forma abstrata. Adoro ler, aprender teses novas, mas elas são inócuas se não tiverem utilidade.

Alguns me pedem curso à distância. Defendo o curso presencial para participantes que já tenham algum conhecimento em ações. O investimento em educação financeira é confiança. Nada como o olho no olho. Além disso, as aulas serão uma excelente oportunidade para o debate sobre a análise fundamentalista. Cada aluno traz uma experiência única e nada como confrontá-la com outras visões. Sou a favor dessa interatividade. Podem me chamar de antiquado, mas Steve Jobs, fundador da Apple, compartilhava ideia semelhante. Diz ele em sua biografia escrita por Walter Isaacson: “Existe uma tentação em nossa era digital de pensar que as ideias podem ser desenvolvidas por e-mail e no iChat. Loucura. A criatividade vem de encontros”. Não descarto um curso intermediário a distância, mas fica para uma próxima fase.

Caso queira mais informações, mande e-mail para [email protected] . Terei prazer de enviar o conteúdo programático, data, preço, etc.

Tenho tido procura de outras praças como Cuiabá, Florianópolis, Recife, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza. Caso consiga atingir um número mínimo nessas ou em outras localidades pretendo levar o curso – sozinho ou em parceria com instituições locais. Caso você resida fora de São Paulo e queira fazer o curso ou patrociná-lo me informe.

2)    Investimento – parceria com a gestora FIrst Value Capital:

Alguns investidores não aplicam em ações por medo e desconhecimento. Para esses o investimento via fundos pode ser uma solução interessante. Hoje raramente há interação entre o cotista e o gestor. O investidor nada sabe sobre a estratégia, quais ações compõem o fundo ou quais as perspectivas do gestor. A única coisa disponível é a cota ao fim do dia. Difícil criar confiança dessa forma.

A fim de superar este inconveniente fiz uma parceria com os gestores da First Value Capital. São profissionais experientes com passagens em grandes instituições. A estratégia do fundo é a do “value investing” tradicional (veja post “O que é um investidor de valor?”, de 26 de julho de 2013). A cada trimestre, o cotista terá uma reunião comigo e com os gestores onde explicarei conceitos referentes à analise fundamentalista e os gestores comentarão o desempenho do fundo, sua composição e a visão da gestora sobre o futuro. Apesar de essa iniciativa ser inicialmente direcionada a um público iniciante em bolsa, ela também é interessante para quem já investe por conta própria. Será uma boa oportunidade de confrontar sua visão com a dos gestores. Acredito que possam surgir ricos debates dessa interação. Caso tenha interesse veja banner promocional à direita.

3)    Curso para iniciantes:

Darei um curso para este público na Casa do Saber em São Paulo em novembro. Pretendo ainda, em um segundo momento do blog, montar um curso a distância para esse investidor. Fique ligado.

Espero, com esta abordagem, atender as demandas dos leitores. Caso você tenha sugestões e críticas, elas serão mais do que bem vindas.

Abraço

André Rocha

Termos de Uso

As análises, opiniões, premissas, estimativas e projeções feitas neste blog são baseadas em julgamento do analista responsável e estão, portanto, sujeitas à modificação sem aviso prévio, em decorrência de alterações nas condições de mercado. O analista de investimento responsável por este blog declara que as opiniões contidas neste espaço refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia analisada ou fundos e foram realizadas de forma independente e autônoma. As opiniões contidas neste espaço podem não ser aplicáveis para todos os leitores devido aos diferentes objetivos de investimento e situação financeira específica. O autor pode vir a ter relação comercial com a First Value Capital ou com outros parceiros. O autor não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizados por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Toda e qualquer decisão de investimento baseada nas opiniões aqui expostas é de exclusiva responsabilidade do investidor.

3 Comentários

  1. Invisto no mercado de ações desde 2010 e já tenho certo conhecimento de análise fundamentalista (na teoria e na prática). Muito do que aprendi foi através do seu blog no Valor: seja diretamente ou indiretamente (correndo atrás de algo que não entendi no seus posts ou aprofundando algum conceito abordado através da leitura de livros/sites especializados no tema).

    Gostei da ideia do item 1), mas acho que também me sentiria muito bem no item 3). Este último tem um valor mais acessível, mas o horário das aulas não me agradou.

    Parabéns pelo trabalho.

  2. O caminho é este mesmo André, educação financeira. Seria bom, no que tange finanças comportamentais, abordar a questão da volatilidade dos preços e idéias que influenciam na cotação dos ativos. Em um fórum que participo, reparei um pensamento que diz que “a SELIC subindo,o preço dos imóveis cai”. Logo após, começou uma queda na cotas dos fundos imobiliários. Se a cota dos fundos caiu, foi porque mais gente vendeu, do que comprou. Penso que venderam, apenas porque a SELIC subiu mas, tem de ser assim obrigatoriamente ?

    É como dizia Joelmir Betting: “A expectativa de crise, provoca a crise, que sanciona a expectativa.”

    1. Caro Celso
      Os fundos imobiliários competem com outras modalidades de investimentos. Os aplicadores observam a remuneração mensal desses fundos dividindo a renda auferida pelo preço da cota do fundo. Com o aumento dos juros básicos da economia, representado pela Selic, como a renda permanece constante (pelo menos no curto prazo), o preço do fundo cai para que a remuneração do fundo aumente de forma a ajustá-la aos juros praticados na economia naquele momento.
      Em outras palavras, com o aumento dos juros, os fundos imobiliários tornam-se menos atraentes, logo a cota do fundo se ajusta a esse novo cenário.
      Abraço
      Andre Rocha

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